domingo, 30 de dezembro de 2007

Enfim o fim...




Sobrevivi. Sobrevivi ao natal, à comida e bebida fartas, às músicas natalinas, ao shopping cheio. Sobrevivi a 2007. O ano acabou. Nessas horas as pessoas começam a pensar no que fizeram durante o ano(coisas que elas deveriam fazer sempre). Época dos famosos balanços e resoluções de ano novo. Já disse que prefiro reveillon à natal. Não sou supersticioso. Não pulo ondas no mar nem como lentilhas. Também não acredito que vestir branco vá trazer paz ou vermelho traga amor. Começo entrar em contagem regressiva para o fim de ano desde meados de junho. Quem convive comigo sabe que começo a dizer que se findou o ano muito antes de dezembro chegar. Gosto do reveillon pela experiência coletiva vivida durante a noite do dia 31. É praticamente impossível ser indiferente nessa noite. Corações se enchem de esperança. Pessoas especiais são lembradas. Momentos são recordados e a saudade ou arrependimento tomam conta da gente. Os fogos explodem no céu e dentro de nós emoções explodem junto com essa reflexão sazonal. O único costume que tenho na noite da virada é o de olhar o céu minutos antes do novo ano chegar. Não importa se onde estou haverá queima de fogos ou o céu esteja nublado. Olho para as estrelas. Na tentativa de prever o que está por vir. Olhar para as estrelas é olhar o passado, pois como se sabe, muitas delas podem até nem existir mais, mas ainda brilham. Gosto de inverter o pensamento nessa hora. É possível que alguém esteja olhando para o céu num lugar bem distante de nós. E também se perguntar se aquele brilho vem de uma estrela que ainda está viva ou não. Mas tento prever é se alguma estrela vai surgir no céu (afinal estrelas também nascem). Será que ao nascer serei capaz de notá-la? Após a meia-noite, olho o relógio e vejo: 00:00. A data diz: 01/01. Penso "tudo começou". Não importa como vai acabar, importa é começar. Afinal muitas de nossas ações nós não veremos os resultados. Assim como muitas estrelas nós nunca notamos. Irônico é fazermos uma contagem regressiva para algo que vai começar, pois deveríamos estar progredindo e não regredindo. O meu relógio não anda para trás!!! Contagem regressiva: 4,3,2,1. Feliz Ano Novo! Agora é hora de fazer a estrela brilhar e realizar sonhos. E que esses sejam incontáveis, assim como as estrelas. Tenham um bom 2008...

domingo, 23 de dezembro de 2007

A Revolta dos Chesters - Parte I


Cócóro cócó! Mais um dia é anunciado por uma bola amarela que surge no horizonte do sítio do velho Mário. Um cheirinho de café fresco exalava no ar se misturando com o da Dama da Noite. O inesperado se fez presente, e, no horário reservado pra refeição matinal aviária, Seu Mário leva um susto. "Óh não! Cadê us frangu?". Segundo o caseiro, na madrugada antecedente a catastrofe, viu um carro suspeito com placa da cidade mais próxima passar pela estrada de terra que cortava o sítio. O detetive Eurípedes Lopes tomou a frente do caso e foi buscar informações no tal lugar que denunciava a placa do automóvel.
Na cidade grande, o dia também começara. A grande estrela solar brilhava em meio a nuvens baixas e prédios altíssimos que cortavam a selva de pedras. Ninguém obtera a vista solar, mas com o céu mais negro que fosse, a gente sabe que o sol continua a iluminar em algum lugar. E, com certeza, esse lugar não era o supermercado. Eurípedes esperava encontrar lá alguma pista, pois era natal e não há época mais propícia para se comprar aves do que esta. Cinquenta e quatro passos desde a entrada até a sessão de congelados e um equívoco esbarra em seus planos: "Cadê as aves?".
O caos estava instalado. Como existirá natal sem chester? Ceia sem chester? Ano novo sem chester? A economia do país estava prestes a um colapso, quem sabe até ao neo crack da bolsa! Todos os frangos e derivados saíram ás ruas, carregavam faixas escritas: "Agora, se virem sem nós. Queremos que escutem nossa voz!". O barulho era ensurdecedor. A Polícia Militar estima a presença de quase meio milhão de aves. Mas, se você considerar a quantidade de uma ave para cada cinco brasileiros, em média, chegaremos ao inacreditável número de 36 milhões de frangos, chesters e perus. O líder do sindicato das Aves Livres pra Voar (ALV) justificou a falta dos demais membros por justa causa, até porque os dito cujos deveriam estar cumprindo um destino qualquer traçado por uma dona de casa. A repórter do Jornal Três Pontos fez a seguinte entrevista:
"Quais são as causas defendidas pelo AVL?
Nós estamos nessa luta há décadas. Todo fim de ano é a mesma história, nos congelam em freezer a -3º e, o companheiro que não for recrutado para um lar (ou sabe-se lá o que), será obrigado a virar água esperando ser comprado por um preço muito mais abaixo do valor real no mês de janeiro.
Então vocês não se preocupam com a morte de entes queridos, e sim com o valor que vocês tem perante o comércio. Certo?
Claro, minha filha. Morrer todos nós vamos, mas enquanto vivermos pelo menos que seja por valor real, conveniente e justo, não é verdade?"
A manifestação ainda está por toda parte. O Governo ainda estuda propostas para um acordo pacífico, pois da última vez que a espécie aviária se rebelou, desenvolveram uma gripe mortal aos humanos. Por enquanto, se você comprar uma ave de fim de ano estará financiando a circulação do mercado negro aviário, então, não faça isso caro leitor. Do contrário, você NÃO terá um feliz natal. Muito menos um feliz ano novo...

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Música e transitoriedade...


O novo cd do "Rei" Roberto Carlos não vai sair neste fim de ano! Não sou fã do "Rei", mas assim como ele, sempre termino de gravar um cd no final de ano. Após terminar o "Guiga Mix 2007" fiquei pensando em como as músicas contribuem para a formação de nossa identidade e a capacidade delas de nos fazerem lembrar de épocas e pessoas em nossas vidas. Pense em como o seu gosto musical mudou ao longo dos anos. Passam-se os anos e algumas músicas tomam significados diferentes para nós, outras perdem valor. Nos "alimentamos" de algumas músicas por algum tempo, mas depois nos "saciamos"delas. Dias atrás tive a oportunidade de assistir um antigo show do Los Hermanos, da época do lançamento do "Bloco do Eu Sozinho". Fiquei pensando em como eles mudaram fisica e musicalmente (na época o Amarante nem tinha barba). Alguns críticos e público não gostam quando algum grupo muda o seu estilo musical. Acredito que desejar que grupos musicais continuem tocando sempre da mesma forma equivale a desejar que as pessoas continuem sendo as mesmas. Não devemos esquecer também que existem poucas músicas, assim como poucas pessoas, que sempre possuirão um siginificado para você. Essas pessoas/músicas nos ajudam a encontrarmos a nossa "essência", o que nos define. Entender a transitoriedade das coisas nos ajuda a entender o mundo. Não se engane com a volta das Spice Girls, BSB e Led Zepellin. Essas bandas vão deixar de existir assim como o Los Hermanos e um dia (acreditem se quiser) os Rolling Stones. Pessoas especiais, inclusive nós, deixarão de existir também. Um dia não exisitirá nem o "Eu" nem o "Bloco". Mas nossas músicas ainda continuarão tocando por aí...

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Coisas estranhas II...


Gatos que brilham no escuro!!!!...

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Relato sobre coisas estranhas...



A terra tremeu!! Estava durante esse tempo pensando sobre o que iria postar e eis que surge a notícia da primeira vítima de um terremoto no Brasil, em Itacarambi - MG(190 km de Montes Claros). Estranho falar de terremoto no Brasil. Hoje estou sem inspiração para fazer metáforas sobre a vida e etcs. Mas diante do fato extraordinário, senti necessidade de relatar sobre algumas coisas estranhas (talvez a melhor palavra seria improváveis). Enfim, como Carlos Heitor Cony disse em crônica publicada na Folha de S. Paulo de hoje "(...)em Minas, onde sempre acontecem coisas".Não sei se são as serras, a altitude, o clima, mas é fato que coisas estranhas acontecem, principalmente em Minas Gerais. Além de chupa-cabras e ET de Varginha vou contar sobre coisas que vivi ou que estão mais relacionadas à minha trajetória. Em Montes Claros (foto acima), cidade onde vivi por muitos anos, aconteceram fatos curiosos. Recentemente, uma mulher levou 6 tiros na cabeça e não morreu. Houve também uma "tentativa de invenção" de uma nota de 3 reais (acho isso é tão estranho quanto rídiculo)que foi descoberta quando o grande inventor tentou comprar algo com a sua "obra de arte". Descobri agora pouco que, em 2001, durante um vôo da TAM, nos céus de M. Claros, uma janela da aeronave quebrou e uma passageira foi sugada para fora. Com certeza devem existir outros fatos bizarros ocorridos na capital do pequi. Sei de alguns outros, mas desconfio de suas veracidades. O que me fez lembrar dessas ocorrências foi que tremores não são novidades para quem já viveu por lá.Acredito que devia ser por volta do verão de 1997, estávamos jogando futebol, eu, meu irmão e um amigo nosso quando a terra tremeu!! Ainda lembro de chegar na escola durante o outro dia e ouvir meus coleguinhas dizendo "você viu o terremoto ontem?". Talvez seja o excesso de calcário na água distribuída em Montes Claros a causa para esses fatos? Não sei. Acho que a vida muitas vezes é estranha, independente do lugar onde você viva. Coisas estranhas acontecem. Estranho é você se acostumar a elas e achar que a vida e todos os seres humanos são normais...
P.S.: Daqui a alguns dias voltarei à Montes Claros. Se mais coisas estranhas continuarem acontecendo, voltarei a escrever sobre elas....

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Vapt Vupt!




O ano acabou! - Tá, ainda não acabou, mas é que todo mundo vêm falando isso desde outubro. Talvez "Vapt Vupt" não seja a melhor onomatopéia para expressar rapidez, já que si própria tranca nossa língua e desacelera nossa dicção. Talvez eu devesse ter usado o "inhéééééu!" dos carros de F1.

De que eu falava mesmo? Ah é! Pois bem. A vinheta globística de fim de ano está no ar e, segundo Sr. Alguém, quando esta começa a entrar em nossa casa em meados de dezembro, considere falecido o ano em que está vivendo. É nessa época que os piscas-piscas (ou pisca-piscas, escolha o menos feio, ambos estão certos) das praças são roubados, crianças catarrentas escutam mentirinhas natalinas de um 'bom' velhinho e, nesse clima também, é que a Ponte do Rio Que Cai fica iluminada por luzinhas de neôn em formato de panetone. Aparecem umas simpatias pra se ganhar dinheiro, arranjar um bom casamento, perder 8Kg, restituir as calotas polares e o Parque Nacional da Pedra Dura - Aquele que ficou sendo invadido por água mole durante anos e anos.

A questão é: Por que esperar o dia 31 de dezembro para fazer planos? O último dia do mês nada mais é do que aquele em que acontece a São Silvestre, durante as mesmas 24 horas em que o palhaço Arrelia nasceu e que o químico e físico Boyle morreu (o cara dos gases). Salvo estes fatos, é um dia como outro qualquer. É nesta data que se faz a única contagem regressiva para um momento que não é o final. Você não precisa estar vestido de branco e muito menos saber contar até 0. Todo dia é dia, então por que esperar se podemos começar tudo de novo agora mesmo? A vida é uma festa e ela tá cheia de penetras. Mas hoje, hoje a festa é sua, hoje a festa é nossa, é de quem quiser, de quem vier...

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Pensamentos sobre a vida e a arte...


"A arte é a contemplação: é prazer do espírito que penetra a natureza e descobre que ela também tem uma alma. É a missão mais sublime do homem, pois é o exercício do pensamento que busca compreender o universo, e fazer com que os outros o compreendam."
Auguste Rodin

Manhã de primavera. Na rua, as pessoas andam, os carros fazem barulho. Meu celular me desperta. Abro os olhos, e não penso "mais um dia para se viver". As horas se esvaem ao decorrer do dia. Eis que surge em minha cabeça uma pergunta outrora indagada: A vida imita a arte ou a arte imita a vida? É fato que os filmes que assisti, as músicas que ouvi, os livros que li, me influenciaram e ainda me influenciam. Mas os roteiristas, músicos e escritores também não foram influenciados? Mosaico. Como pode pequenas peças como cacos de vidro formarem algo tão belo? Um caco de vidro sozinho não apresenta beleza nem grande significado. Entretanto, quando organizados sob a perspectiva de um artista, aquilo se torna arte. As cores para o pintor, as notas musicais para o músico, as palavras para o escritor. Todos são cacos e mosaicos. Acho que a melhor resposta para a pergunta inicial seria: Não existe arte imitando vida ou vice-versa, pois a vida em si é uma arte! Cabe a nós sermos artistas e escolher as cores que iremos pintar nesse quadro chamado vida. Infelizmente, a maioria das pessoas não escolhe as cores que vão usar e simplesmente despejam as cores aleatoriamente sobre o quadro. Já dizia Oscar Wilde: "Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe." Pessoas são como os cacos do mosaico. Portanto, seja um artista e viva! Construa um belo mosaico...

domingo, 25 de novembro de 2007

Só um momento...


"This is the moment that you know...", já dizia uma música que frequentemente ecoa em meus ouvidos. 90 segundos. Esse é o tempo que dura um momento de acordo com um antigo manual de unidades de medidas inglês. Eu poderia definir um momento como sendo um instante inesquecível, onde a emoção predomina. Todas as forças e pensamentos existentes parecem convergir para aquele instante. Durante o momento, o tempo aparentemente pára, mas depois ele compensa essa parada fazendo as coisas acontecerem apressadamente. Durante minha curta trajetória sobre esse chão tive alguns momentos, tristes e felizes. Todos importantes. Dia desses a ciência descobriu o óbvio, o nosso cérebro "guarda" com mais facilidade as mémorias relacionadas com altos níveis de emoção. Sendo assim, os cientistas concordaram com todos os poetas de bar e os nobres vagabundos da lapa que já diziam "momentos são inesquecíveis". Momentos sempre possuem um significado e nos ajudam a moldar quem seremos no futuro. Tudo muda num momento, inclusive você! Vale lembrar sobre o que digo e já me disseram inúmeras vezes: durante o momento, é difícil ter o controle da situação, as coisas simplesmente fluem. Esse é um dos motivos para concordarem com aqueles qu dizem "nunca diga nunca". Pode-se dizer que admitir a exitência de um momento, pode ser, no fundo, a admissão de que não temos total controle sobre nosso próprio destino. Confesso que essa idéia não me agrada muito, assim como não agradava o Sr. Thomas Anderson (mais conhecido como Neo). Entretanto, se olharmos pela perspectiva de que existiram momentos e que eles nos tornaram uma pessoa melhor do que a que fomos ontem, essa pode ser uma idéia boa. Momentos dão sentido a quem você é, portanto, dão sentido a vida. Quando vocês tentarem responder a fatídica pergunta "qual é o sentido da vida?", com certeza vocês se lembrarão de momentos para tentar encontrar uma resposta. Às vezes me sinto angustiado querendo saber se não estou perdendo nenhum momento em minha vida. Sinto como se as forças estivessem começando a convergir para um momento. Vou consultar minha agenda para tentar prever esse instante. Só um momento, é isso que espero do futuro. Ele pode acontecer a qualquer instante. Só um momento, vou parar de escrever agora porque está chegando o momento...

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Quem tem medo do Lobo Mau?

Se ouço um barulho estranho, me encasulo no cobertor e fecho meus olhos com tal força capaz de me fazer ouvir a pressão em minha órbita ocular. Tem gente que quando apaga a luz sai correndo, numa espécie de maratona; ‘um-do-lá-si vamos e... já!’. Thomas Hobbes dizia que o homem é o lobo do homem, e como é que fugimos de nós mesmos? Fugir sim, pois suponho que ser dominado e devorado por um Canis lupus não seja seu pedido ao Aladim.
O medo é uma descarga de adrenalina proveniente de uma situação nova ou inesperada. Ainda segundo Hobbes, "a origem de todo conhecimento é a sensação". Se no meio de sua aula mais modorrenta você, por acaso, temer que o ventilador de teto se espatife e decepe todos seus coleguinhas, não se reprima e não criemos pânico! Curta seu momento de adrenalina à flor da pele, que te dá conhecimento e aumenta seu QI.
Tenho algo a dizer para as bonecas de olhar grande e sinistro que parecem ganhar vida ao anoitecer: ‘Vocês não vão nos pegar, suas bonequinhas made in Taiwan de meia tigela. Seus olhares demoníacos e suas bochechas rosadas num tom carro da Penélope Charmosa não nos assustam e muito menos nos fazem acreditar em suas ressurreições. Fale com o mestre boneco Fofão – que, reza a lenda, leva uma faca alojada em seu corpo espumado – que seus dias estão se acabando. E o mesmo vale para os agradáveis palhacinhos sorridentes e felizes, vocês não nos enganam!! Tenho dito.’. Leitor, sabe o que resta a nós, meros imortais até que nos provem o contrário? Vamos passear pela floresta enquanto Seu Lobo não vem...

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Som do silêncio...



Posso dizer que o barulho está presente em minha vida desde o meu nascimento. Nasci no Méier, segundo O Globo, o bairro mais barulhento do Rio. Quando fui para Minas, não encontrei o silêncio, morei do lado de uma serraria. Já morei também perto da linha férrea e me acostumei com o imenso barulho que uma locomotiva faz. Hoje, vivo no mesmo bairro barulhento onde nasci. Talvez seja por isso que valorizo o silêncio. Em tempos onde uma pessoa calada é geralmente vista como tímida e com pouca iniciativa, o silêncio está sendo desvalorizado cada vez mais. Depois que Steve Jobs popularizou o mp3 player então ninguém quer mais o silêncio em suas vidas. Alguns argumentariam: Como valorizar o silêncio sendo a música e a fala coisas tão magníficas e exclusivas do ser humano?Para esses respondo com outra pergunta: Não seria a fala e a música nada mais do que uma sequência de silêncios? Existem vários tipos de silêncio, podendo significar indiferença, cumplicidade, tristeza e felicidade também! Queria dar um nome para aquele silêncio constrangedor quando iniciamos uma conversa com alguém e de repente o assunto acaba, mas ainda não encontrei um nome adequado. Vale lembrar que a audição é o primeiro sentido que nos coloca em contato com o mundo exterior. As gestantes devem ter cuidado com o que dizem para seu bebê e com o que ouvem também. Concordo com o Sr. Alguém quando diz que "o silêncio é a morada da razão", o que não implica ausência de emoção. Deve ser por isso que nesse mundo moderno a razão está ausente muitas vezes. Existem situações que o silêncio é mais forte do que qualquer palavra. Diante disso, ouça o silêncio, talvez assim seja mais fácil entender o mundo e as pessoas...

Angústia natalina...


Dia desses estava andando no shopping e eis que ela está lá.Quando chego na portaria do prédio, ela também está lá. Ela é a decoração de natal! Sempre quando as decorações de natal começam a surgir me sinto angustiado. Começo a pensar no ano que está acabando e se realmente soube aproveitá-lo. Não gosto muito do natal. Na minha infância, ajudava a minha mãe enfeitar a árvore e ficava ansioso para chegar o dia e poder ganhar presentes. O espírito natalino existia para mim. Hoje em dia, me pergunto por onde ele anda. No natal, geralmente passo com minha família como de costume e em respeito à eles. Meus motivos para não gostar da data festiva é o fato de acreditar que se trata de uma época em que as pessoas se vêem quase que obrigadas a desejarem coisas felizes para todos. Acho uma data em que reina a superficialidade dos sentimentos sem profundidade e muitas vezes falsos e pela perda do significado original da data(acreditando nele ou não). O ano novo é melhor, pois na virada do ano, todas as pessoas pensam algo a respeito do futuro que se aproxima. É praticamente impossível ser indiferente e falso com suas próprias expectativas durante o reveillon. Acreditei em papai noel até meus 4 anos. Acho que depois disso meu espírito natalino foi se apagando. Hoje o natal para mim é mais angústia do que comemoração (detalhe:no dia 25 essa angústia já passou, sinto angústia é agora quando começam a surgir as decorações natalinas). Talvez eu volte a gostar do natal se o bom velhinho surgir novamente. Numa época em que bananas invadem a praia e pedem a um senhor de 77 anos a identidade para poder comprar cerveja, é bem capaz que o espírito natalino retorne junto com seu mais famoso personagem. Talvez ele já até esteja por ai, só tomando uma cerveja esperando pelo dia 25 de dezembro...

domingo, 4 de novembro de 2007

Achados e perdidos...


Uma borracha, um brinco, um chip de celular. Já perdi algumas coisas durante minha trajetória errante. Porém, acredito naqueles que dizem "quem procura acha". Queria saber para onde vão as borrachas que nunca terminei, as tampas de caneta bic e os milhares de guarda-chuvas perdidos diariamente. Lembro que certa vez, há muito tempo aqui no Rio, estava passando férias e eis que me encontrava num ônibus. O que me chamou a atenção foi um velhinho, sentado na primeira cadeira. Ele simplesmente esqueceu a bengala com que se apoiava para andar! Esquecer! Dia desses me perguntava se alguém é capaz de esquecer voluntariamente uma lembrança. Um hermano disse certa vez que "o esforço pra lembrar é a vontade de esquecer". Verdade ou não, valorizo as minhas memórias, pois são elas que me lembram quem sou e quem não sou. Memórias, assim como fotografias, são tentativas de se eternizar um momento. O que você fez/pensou se eterniza quer você se lembre quer não. O fato concreto, ocorreu, e você ser incapaz de lembrá-lo não quer dizer que ele não tenha ocorrido. Aquele que não consegue se lembrar quem é, muito provavelmente, precisará de muletas para percorrer a longa estrada da vida. Memórias são como estrelas, elas podem até já terem se apagado, mas sua luz continuará percorrendo o universo para todo sempre, tornando o seu brilho eterno! Muitas vezes, o que alguém perde é achado por outra pessoa. Assim é a vida, uma eterna busca em que desejamos encontrar quem somos. Infelizmente nessa busca, às vezes, perdemos, mas outras vezes também achamos, coisas, pessoas, vida...

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Pela longa estrada da vida...



... Eu subo no ônibus de volta do colégio. Ao passar na roleta, meu chaveiro de bola 7 nada leve vai de encontro à catraca. O ‘motô’ pensa que o trocador bateu moeda pro busão parar, dá uma freada e geral vai ai delírio: "- Motorista fdp!". A essa altura a forofa pro churrasco entre família, da dona que carregava 58 bolsas de supermercado, já tinha virado farinha. O office boy, com sua pastinha de contas a pagar, olhava pra mim. Tadinho dele, que teria de enfrentar fila de banco numa segunda-feira.
Filas. Coisas momentâneas acontecem nelas. Um olhar, um passo, um toque. "- Ei, desocupou aquele caixa ali!". Seu dinheiro voa, mas você não pode sair dali. "- Vai perder seu lugar...". Se correr a fila anda e se ficar o dinheiro falta. "- Próximo!".
Pois bem, isso não vem ao caso. Sempre tem um ponto de ônibus onde a maioria dos passageiros desce. Não, não é o meu. Mas lá é onde vendem um hot-dog com uvas-passas – até hoje não entendo o prazer dessa mistura. Do lado dessa lanchonete mora um anão albino, aliás, morava. Faleceu há dois dias atrás e não houve velório porque anões viram duendes. E o que a foto de uma vaca tem haver com isso? A vaca não pega ônibus...

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Chove chuva...



Está chovendo hoje, choveu ontem e, segundo o climatempo, choverá amanhã. Como disse em texto anterior, a minha relação com a chuva é uma complicada relação de amor e ódio. Odeio a chuva quando ela impede o meu ir e vir cotidiano ou quando ela cancela eventos dos quais eu gostaria de estar presente. Mas, hoje, falarei mais bem do que mal sobre a precipitação pluvial. Toda vez que chove, resgato alguma antiga memória. O "cheiro" da chuva (alguns a chamam de cheiro de terra molhada" me evoca recordações antes esquecidas. A memória olfativa é poderosa! Muitas vezes encaro a chuva como um desafio. Quer testar a capacidade de abstração de alguém ou saber se algo é importante para você, aconselho a fazer isso em dia chuvoso. Quem está disposto a se molhar durante uma chuva, geralmente, demostra ou obstinação ou abstração. Creio eu, que vocês já perceberam que em séries, novelas e filmes as cenas de enterro e de grande paixão são, frequentemente, realizadas sob chuva. Naquele momento, ou nada importa para você ou existe algo relamente importante que faz a chuva se tornar insignificante. Dentre as várias "coisas simples da vida", existe uma que eu particularmente gosto: dividir o guarda-chuva com alguém. Acho que é um ato singelo mas ao mesmo tempo forte. Compartilhar para se proteger. Talvez se alguns relacionamentos tivessem divido um guarda-chuva eles teriam tido sucesso. Acredito também que se a humanidade aprendesse a compartilhar estaríamos mais bem protegidos (de nós mesmos). Olho pela janela, a chuva ainda cai. Daqui a pouco vou sair. Alguém quer dividir um guarda-chuva?...

sábado, 20 de outubro de 2007

AU AU etcétera

A gente se esquece das coisas. Escapa de nossas lembranças aquele instante em que aglomeramos com o óvulo, quando nos dividimos em pelotas celulares e tínhamos o poder de respirar de baixo d’água. Nos esquecemos também do rosto do cara que deu um tapa em nosso bumbum para chorarmos e enfim mostrarmos que sim, que estamos vivos. Mas será que um dia a gente lembrou disso tudo pra poder esquecer?
O que veio antes de mim e você é o desconhecido, ponto. Suspeitei desde o princípio ter a certeza da incerteza e a consciência da inconsciência de sermos meros cemitérios de lembranças ambulantes. Não me recordo se Hebert Viana, Marcos Mena e Zagallo morreram, mas será que eles descobriram qual o segredo da vida? Aliás, quem é esse desocupado que diz a vida ter um segredo?!
Após anos e anos de intensa e profunda prática de meditação, chego á conclusão de que os latidos na calada da noite são, na verdade, uma tentativa de nossos amigos cães nos revelarem o dito cujo. Tentativas inúteis, creio eu. Suspeito que o ‘segredo da vida’ é nos matermos vivos – o que não deixa de ser um mistério. Como provar que se está vivo é que é o problema, e se na hora a gente se esquecer de repirar ou o outro não enchegar que temos um coração? Foi isso que aconteceu em um domingo sangrento, numa Babi Yar da vida ou em duas cidadezinhas japonesas perdidas no mapa. Talvez, se irlandeses, judeus, japoneses e civis em geral tivessem chorado, como todos fazem depois do clássico tapinha medicinal no início, teriam sido poupados.
Mas espere aí, eles choraram sim...

domingo, 14 de outubro de 2007

Haja luz...


"Haja luz; e houve luz". Dizem alguns que, no princípio, assim disse o "criador". Disse também que a luz era boa e assim separou a luz das trevas. Utilizar a dicotomia luz/trevas como metáfora é tão antigo quanto a existência do próprio mundo. Gosto da noite! Durante o dia, a luz solar nos obriga a enxergar tudo ao nosso redor (a não ser que se feche os olhos); porém, à noite é diferente. Após o crepúsculo, enxergamos só aquilo que desejamos ver. A iluminação, isto é, o uso da luz para determinado fim, permite o exercício desse arbítrio. A noite é muito mais humana que o dia (leia-se humano como avesso a natureza). O ser humano foi capaz de contrariar a natureza, que diz que a noite é para descansar e inventou coisas interessantes para se fazer no escuro. Durante o dia somos obrigados a trabalhar assim como as plantas são obrigadas a fazer a fotossíntese produzindo o seu próprio alimento. Para mim o dia sempre foi um coadjuvante, um preparativo para a noite. Se "Deus"criou o dia, o homem inventou a vida noturna e viu que era muito boa. Deve ser por isso que nos sentimos livres para fazer coisas que nunca faríamos durante o dia. O horário de verão começou e o verão se aproxima. Haja luz durante esses dias! Mas lembre-se, quando assistir um pôr-do-sol, aprecie a beleza daquele momento. Não o encare como o fim de mais um dia, mas sim, o início da noite, onde estamos condenados à liberdade e pdemos ser, quem somos ou quem não somos, isto é, sermos humanos! Não importa o horário que você esteja lendo esse texto, boa noite para você...

domingo, 7 de outubro de 2007

Carta aos meus filhos,

Vivi à espera da cura do câncer, dos extra-terrestres e do apocalipse.
As sociedades, que antes eram formadas por clero, nobres e servos, na minha época era constituída por: servos, servos e servos. Passava mais da metade de meus dias, durante 30 anos, para chegar ao fim do mês, receber uns papéis valorosos com poder de sublimação e alcançar a longevidade - e nem ao menos ser respeitada por meus grisalhos cabelos.
Os preços iam além da inflação. Deixamos de ser nômades há tempos. Se faltava a comida não era preciso mudar de lugar, podíamos matar vaquinhas á vontade, transformar frangotes em verdadeiros chesters tamanho GG e clonar ovelhas.
Tudo era instantâneo. Informações instantâneas, mensagens instantâneas, sentimentos instantâneos, até o macarrão era instantâneo!
Assim era o mundo em que vivi. Um mundo de importantes insignificâncias, onde o último é sempre o último e o miojo nunca fica pronto em 3 minutos...

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Previsão do tempo...


Estava esperando a inspiração para escrever aqui, mas ela não veio. Durante a espera ouço a previsão do tempo para amanhã: "sol com algumas nuvens, não chove". Essa previsão me fez escrever sobre algo que penso frequentemente: a influência do clima sobre as pessoas. O clima sempre foi uma obsessão minha. Adoro o sol, gosto da chuva (de vez em quando a gente se desentende), num próximo post falarei sobre ela. Mas a influência climática pode ser observada nos mais variados momentos, seja na alteração de humor de uma pessoa por causa do clima ou até o desenvolvimento sócio-econômico dos países. Se observarmos, os países com maiores IDH são os mais afastados do Equador, ou seja, países em sua maioria com clima temperado. Exemplos, no hemisfério norte, onde o norte tende a ser mais desenvolvido:nas 13 colônias da américa do norte, na Itália, na Europa Ocidental onde a Escandinávia se destaca pela qualidade de vida, etc.. No hemisfério sul, onde o sul tende a ser mais desenvolvido: o sul da América do Sul, o próprio Brasil, onde o desenvolvimento econômico se deu, principalmente, na região centro-sul, etc... Na música, a influência é notável. Alguém acredita que bandas como coldplay, radiohead entre outras, poderiam surgir num verão 40 graus do Rio de Janeiro?Ou o chiclete com banana fazendo carnaval em Londres? O fato dos ingleses cantarem musicas melancólicas é até compreensível, afinal, deve ser difícil estar alegre frequentemente num lugar onde só faz sol durante cerca de 58 dias no ano! Alguém explica o fato das maiores taxas de suicídio serem a dos países com as menores médias térmicas no mundo? Para mim, o clima é uma das maiores demonstrações de que o homem não pode controlar tudo. Se existe uma entidade superior (pode chamar de Deus se quiser) ela pode ser muito bem observada através do clima, por se tratar de uma das mais notáveis manifestações da natureza. Tem uma música que tem uma metáfora muito boa: " Can you catch the wind? See a breeze? Its presence is revealed by the leaves on a tree.." Enfim, quando anunciarem a previsão do tempo, preste atenção!!Talvez ela seja mais importante do que você pensa. Será que vai chover?...

quinta-feira, 27 de setembro de 2007


"Espelho, espelho meu! Existe alguém mais... mais... mais o que mesmo? Quê que eu tô fazendo aqui?! Hahahaha. Cara, que engraçado!" - Hum, espero que tenha ficado claro que esta é a fala de um boêmio no banheiro de um bar, conversando com o espelho (?!). Eu sempre quis ir pra dentro do espelho, mas...espere! Eu sou o 'dentro do espelho'. Eu hein... povo doido.
Quando de frente ao espelho, nos deparamos com aquilo que somos para os outros. E rimos, porque, particularmente, não me acho parecida comigo mesmo. Nessa hora que começam as caretas, são como um auto-teste de personalidade ou um 'siga o mestre versão você'. Chegamos mais perto do reflexo e levamos um susto, tudo que está próximo demais é feio, assim como os Monet. Janelas de carros, portas de edifícios ou paredes de concreto brilhante também puxam meu all star encardido de volta à realidade calorosa e barulhenta do rodo cotidiando.
Espelhos são trouxas, refletem tudo que vêem pela fresnte. Espelhos são fatais, podem cortar. Espelhos são sinceros, mostram a verdade. Mas espelhos podem mentir, o que você vê já é passado. O que você sempre vê, sempre vai estar diferente. Seja apenas pela posição da luz ou do tempo. Espelhos são traiçoeiros, um descuido seu e 7 anos de azar...

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Sobre flores e saudades...


“A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la.” Cecília Meireles

Domingo, 23 de setembro, às 6:51 começou a primavera. Conhecida como estação das flores, particulamente, gosto muito dessa estação do ano. Nela se tem frio, calor, sol e chuva, é difícil descrever um típico dia primaveril. Consenso é que nessa estação as flores estão por toda a parte. Tenho saudades de algumas primaveras. Saudade! Dia desses estava me perguntando se seria ela um sentimento bom ou ruim. Não gosto da saudade por se tratar de uma não-realização, de um desejo não satisfeito. Entretanto, concordo com o Sr. Alguém quando diz que "saudade é a certeza de que não se viveu em vão". Tenho saudades do que vivi e não vivi, sei que terei saudades de coisas e pessoas que estão presentes em minha vida hoje. Já dizia minha mãe:"Aproveita enquanto tem". Nessa primavera e em todas as estações da sua vida, aproveite! Cada momento é como uma flor, não tem hora nem data para desabrochar. Uma flor pode surgir sob as mais variadas circunstâncias, assim como a vida nos oferece momentos nunca antes imaginados. Cada flor e cada momentos são únicos. Aproveite e valorize as coisas e pessoas que um dia poderão te fazer falta. Carpe diem! Infelizmente, assim como as flores murcham e a primavera se esvai, todos os seus momentos, um dia, serão somente saudades...

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

g= GxM/d²



Um inseto vive em média 18 dias, a borboleta mesmo pode chegar a um dia de vida. Podemos dizer que ela teve boas 24 horas, voando por aí pousando de flor em flor, disputando espaço com aquele bichinho que pára no ar , o beija-flor – aquele que trouxe meu amor, voôu e foi embora.
O que permite o inseto quebrar a mirabolante barreira da gravidade é seu tamanho reduzido, combinado com a quantidade de músculos que eles possuem. Isso também explica o fato deles poderem carregar pesos mais de 20 vezes maiores que o seu prórpio. Quiçá pudera eu levantar 1.000 Kg e logo na primeira curva de minha longa estrada da vida chegar um infeliz ser ‘humano’ e me queimar com a lupa. Aff! Eles aprenderiam o que é vingança depois que uma bomba nuclear explodisse o planeta Água e apenas nós - os insetos - sobrevivessemos.
Chego á conclusão de que um dos primeiros passos para voarmos seria diminuir o tamanho - depois de alto teor de manteiga no organismo. Talvez isso tenha ajudado o Chapolin a viajar pelo espaço em aviãozinho de papel, mas a medicina contemporânea ainda não descobriu a fórmula das fantásticas pastilhas sbtísticas. Uma solução seria diminuir a quantidade de horas de sono, pois é quando se dorme que crescemos, tanto de estatura corporal quanto capilar, e também armazenamos na memória de longo prazo o que vemos ao longo do dia. Durma menos, esqueça mais, e saia por aí voando!
Outra diferença entre o homem e o inseto é que este não possui nariz, e sim espiráculos. Tá esperando o quê? Você é um homem ou um inseto!? Vamos! Corra ! Tampe o nariz e seja feliz! Talvez você tenha menos que 24 horas pra ganhar a disputa contra o beija-flor por um lugar ao sol...

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Viagens...


"Atenção senhores passageiros com destino à..." Domingo, céu azul, ideal para ir à praia. Entretanto, me encontro na Rodoviária Novo Rio. Pessoas, carros, ônibus, todos com pressa. No meio daquele frenesi, uma imagem me chama a atenção: garota com buquê de rosas. Aquela cena me fez lembrar das emoções e sentimentos que muitas vezes são passageiros de nossas viagens. Antes de embarcar nessa viagem, aviso p/ os viajantes céticos que acham que tudo o que virá a seguir é uma viagem desse que vos fala: a Terra, as estrelas e as galáxias, todas elas, estão se movendo a milhares de quilômetros por hora, na imensidão do Universo. Portanto, é inevitável, estamos todos condenados a sermos passageiros. Segundo o Sr. Alguém, viajar nada mais é do que: "deslocamento de uma origem em direção a um destino". Ao viajar, pensamos no que estamos deixando pra trás, no que estamos levando conosco e no que iremos encontrar. Saudades, incertezas e certezas, ansiedade, demonstrações de afeto. Rodoviárias e aeroportos são lugares em que a maioria das pessoas esquecem a mediocridade emocional da rotina da vida moderna e se descobrem mais humanas. Lágrimas, abraços, beijos e sorrisos sempre estão presentes nesses lugares. Pensar também é viajar. O pensamento é o momento em que estamos deixando o que éramos (origem) em direção ao que queremos ser/compreender (destino), assim como a vida é uma viagem que tem o passado como origem e o futuro como destino. Uma das definições para paixão, segundo o Sr. Alguém, é: "pensamento obsessivo por alguém/algo". Nessa viagem, partimos do nosso estado "normal" em busca de qualquer destino onde o ser desejado esteja. É essa busca incessante que nos torna tão "improdutivos" quando apaixonados. Será o "amor" a descoberta, entre dois viajantes, de que os seus destinos são os mesmos? Sim ou não, a vida é uma incrível jornada! Aperte os cintos e boa viagem...

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Mulheres...












Sai da faculdade e fui beber. Com quem? Comigo mesmo. Chegando ao bar, peço a companheira, ela vem e me da prazer. Pensei, falar sobre o quê? Eis que caio no clichê comum: mulher! Sempre fui obcecado por mulher. Me lembro da primeira vez que esse ser divino me encantou. Tinha 6 anos e seu nome era Ana Carolina Ferreira Guimarães. Sim, lembro do nome inteiro e de muitas coisas também. Entretanto, fiquei obcecado somente no início da adolescência. Nessa época que meu coração bateu mais forte por alguém pela primeira vez (sim, eu tenho coração!). Foram algumas (acho que nem tantas) mulheres que marcaram a minha vida. Queria completar o alfabeto, mas é difícil encontrar uma mulher com "w". Mulher, muitas vezes responsável pela alegria ou tristeza de um homem. Ainda não encontrei maior prazer que dar prazer a uma mulher. Perceber sua respiração se tornando ofegante, seus pêlos se arrepiando, seu fluxo sanguíneo se direcionando a toda uma região que a chega deixar tonta, é uma das melhores sensações do mundo. Ah mulher!!! São muitos os nomes, uns atuais, outros do passado, uns concretizados, outros planejados e alguns não desfrutados. Enfim, um dia continuo esse assunto, porque a cerveja acabou e sigo um conselho do rótulo que também serve para mulheres: Aprecie com moderação! Quando estou saindo, olho ao redor e sinto que não estou só. É como se todas elas estivessem ali. Preocupado, se estou "viajando" demais ou estou bêbado, ergo o copo e brindo às mulheres. Garçom, me vê a conta por favor...

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Felinos voadores com pãezinhos boiantes



Pão sempre cai com a parte da manteiga virada pro chão, fato. Gato sempre cai em pé, fato. Mas e se amarrarmos um pão sob as costas de um felino? Elementar, meu caro. O gato flutua! O poder da manteiga vai além das forças gravitacionais.
"Pipipipi pipipipi!". Saco, tenho mesmo que acordar?! Caminho até a cozinha, tiro o leite da geladeira, separo um pão num prato, ponho Nesquick no laticíneo, pego uma faca, mecho o líquido, corto o pão, bebo o leite, passo manteiga. Meu irmão entra na cozinha, corpos em atrito, esbarrão. Caído o pão. E a manteiga, está virada para onde? Para o chão!
Se o gato flutua com uma mochila panificada, a manteiga é a responsável por tal feito, seria então a manteiga o futuro remédio pro ser humano parar de se rastejar? Óbvio que não! Homens não têm miolos...

sábado, 8 de setembro de 2007

Olhos...


Abra os olhos! Todos nós já ouvimos essa frase alguma vez em nossas vidas. São milhares as músicas que fazem menção ao abrir de olhos ou ao não fechar de olhos . Adoro olhar nos olhos das pessoas e acho a visão um dos sentidos mais fascinantes do ser humano. Entretanto, hoje, vou falar sobre o fechar de olhos. Quando mais novo, ao tomar uma coca-cola durante um dia de calor, percebi que fechava os olhos ao tomar a bebida. Naquele instante, me indaguei sobre o por que de se fazer aquilo. Percebi alguns anos depois que o fechar de olhos está intimamente ligado ao prazer. São vários os momentos na vida em que essa relação pode ser comprovada. Lembre-se de quando você, leitor, em algum momento faminto, encontrou aquele alimento tão desejado. Ao saboreá-lo você fechou os olhos? Ou quando toca aquela música que você adora, na parte que você faz aquele solo incrível na sua guitarra imaginária ou quando simplesmente a canta você fecha os olhos? O que dizer então de quando abraçamos ou beijamos alguém?! Talvez, o fechar de olhos seja simplesmente o desejo do próprio corpo de negar a realidade. Assim, o prazer seria uma irrealidade ( que é bem diferente de imaginação) e por isso tão intenso e indescritível. Lembrem-se que também sonhamos de olhos fechados. Por isso, mantenha os olhos abertos, mas não esqueça também de que, ás vezes, é bom e até necessário fechar os olhos...

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Á minha cara amiga, Grama


A grama. A grama é bonita e verde. Exceto quando tá de manhãzinha e você anda descalço nela, fazendo esqui biológico.
Esse negócio verde aí do lado é bem polêmico. Afinal, quem colocou a plaquinha de "Não pise na grama" pisoteou ou não essas folhinhas verdejantes?
Primeiramente, o correto é: Não pise A grama. Pois o verbo pisar é transitivo direto. Que se dane, aposto uma Coca-Cola que você - assim como eu - não tá nem aí pra gramática da botânica.
Respondendo a pergunta, o cara que instalou a plaquinha poderia ter colocado-a antes dela nascer, ou, até mesmo, por intermédio de um helicoptero ou dando um duplo mortal carpado, quem sabe.
Mas o que me preocupa, é a vida social das plantinhas. Coitadas! Sendo amassadas, pisoteadas e assassinadas dia após dia. Imagine como deve ser a auto-estima de uma grama. E mesmo assim, ainda tem gente que fica se preocupando com que roupa vai usar amanhã. Pelo amor de Deus, com tanta graminha sendo maltrada você me vem falar de moda? Faça me o favor... Afinal, você gostaria que o Gigante do Pé de Feijão simplesmente, de uma hora pra outra, decidisse te espremer com uma bota nº 563?
Pense nisso...

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

(...)


Reticências... Sempre usei reticências. Esses três pontos que seguem uma palavra, muitas vezes estão presentes quando as palavras não são ditas. Acho que muitas vezes as reticências se parecem mais com o silêncio. Se fossemos descrever todos os momentos importantes de nossas vidas, com certeza, usaríamos as reticências. Seja quando você recebe aquele olhar da pessoa que ama, ou quando, de repente, descobre que está apaixonado por alguém. Quando escondemos o que sentimos ou não queremos demonstrar os nossos sentimentos, sempre fazemos uso delas. Os relacionamentos amorosos!!! Ah quem diga que nenhum relacionamento tenha futuro sem uma reticências, os partidários dessa teoria argumentam que a cumplicidade e a mais singela troca de carinhos seriam mais bem representadas através delas do que qualquer outra palavra. Esses três pontos significam, diferentemente do seu parente ponto final, que existe algo além do que se escreve, que o significado das palavras não terminam ali. Algumas pessoas são capazes de continuar a trilha iniciada pelos três pontinhos e descobrem um mundo de significados ocultos que existe pairando sobre a realidade superficial. Talvez, nessa mesma trilha, esteja o caminho para algumas obsessões e desejos do ser humano: paz, amor, felicidade...