domingo, 25 de novembro de 2007

Só um momento...


"This is the moment that you know...", já dizia uma música que frequentemente ecoa em meus ouvidos. 90 segundos. Esse é o tempo que dura um momento de acordo com um antigo manual de unidades de medidas inglês. Eu poderia definir um momento como sendo um instante inesquecível, onde a emoção predomina. Todas as forças e pensamentos existentes parecem convergir para aquele instante. Durante o momento, o tempo aparentemente pára, mas depois ele compensa essa parada fazendo as coisas acontecerem apressadamente. Durante minha curta trajetória sobre esse chão tive alguns momentos, tristes e felizes. Todos importantes. Dia desses a ciência descobriu o óbvio, o nosso cérebro "guarda" com mais facilidade as mémorias relacionadas com altos níveis de emoção. Sendo assim, os cientistas concordaram com todos os poetas de bar e os nobres vagabundos da lapa que já diziam "momentos são inesquecíveis". Momentos sempre possuem um significado e nos ajudam a moldar quem seremos no futuro. Tudo muda num momento, inclusive você! Vale lembrar sobre o que digo e já me disseram inúmeras vezes: durante o momento, é difícil ter o controle da situação, as coisas simplesmente fluem. Esse é um dos motivos para concordarem com aqueles qu dizem "nunca diga nunca". Pode-se dizer que admitir a exitência de um momento, pode ser, no fundo, a admissão de que não temos total controle sobre nosso próprio destino. Confesso que essa idéia não me agrada muito, assim como não agradava o Sr. Thomas Anderson (mais conhecido como Neo). Entretanto, se olharmos pela perspectiva de que existiram momentos e que eles nos tornaram uma pessoa melhor do que a que fomos ontem, essa pode ser uma idéia boa. Momentos dão sentido a quem você é, portanto, dão sentido a vida. Quando vocês tentarem responder a fatídica pergunta "qual é o sentido da vida?", com certeza vocês se lembrarão de momentos para tentar encontrar uma resposta. Às vezes me sinto angustiado querendo saber se não estou perdendo nenhum momento em minha vida. Sinto como se as forças estivessem começando a convergir para um momento. Vou consultar minha agenda para tentar prever esse instante. Só um momento, é isso que espero do futuro. Ele pode acontecer a qualquer instante. Só um momento, vou parar de escrever agora porque está chegando o momento...

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Quem tem medo do Lobo Mau?

Se ouço um barulho estranho, me encasulo no cobertor e fecho meus olhos com tal força capaz de me fazer ouvir a pressão em minha órbita ocular. Tem gente que quando apaga a luz sai correndo, numa espécie de maratona; ‘um-do-lá-si vamos e... já!’. Thomas Hobbes dizia que o homem é o lobo do homem, e como é que fugimos de nós mesmos? Fugir sim, pois suponho que ser dominado e devorado por um Canis lupus não seja seu pedido ao Aladim.
O medo é uma descarga de adrenalina proveniente de uma situação nova ou inesperada. Ainda segundo Hobbes, "a origem de todo conhecimento é a sensação". Se no meio de sua aula mais modorrenta você, por acaso, temer que o ventilador de teto se espatife e decepe todos seus coleguinhas, não se reprima e não criemos pânico! Curta seu momento de adrenalina à flor da pele, que te dá conhecimento e aumenta seu QI.
Tenho algo a dizer para as bonecas de olhar grande e sinistro que parecem ganhar vida ao anoitecer: ‘Vocês não vão nos pegar, suas bonequinhas made in Taiwan de meia tigela. Seus olhares demoníacos e suas bochechas rosadas num tom carro da Penélope Charmosa não nos assustam e muito menos nos fazem acreditar em suas ressurreições. Fale com o mestre boneco Fofão – que, reza a lenda, leva uma faca alojada em seu corpo espumado – que seus dias estão se acabando. E o mesmo vale para os agradáveis palhacinhos sorridentes e felizes, vocês não nos enganam!! Tenho dito.’. Leitor, sabe o que resta a nós, meros imortais até que nos provem o contrário? Vamos passear pela floresta enquanto Seu Lobo não vem...

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Som do silêncio...



Posso dizer que o barulho está presente em minha vida desde o meu nascimento. Nasci no Méier, segundo O Globo, o bairro mais barulhento do Rio. Quando fui para Minas, não encontrei o silêncio, morei do lado de uma serraria. Já morei também perto da linha férrea e me acostumei com o imenso barulho que uma locomotiva faz. Hoje, vivo no mesmo bairro barulhento onde nasci. Talvez seja por isso que valorizo o silêncio. Em tempos onde uma pessoa calada é geralmente vista como tímida e com pouca iniciativa, o silêncio está sendo desvalorizado cada vez mais. Depois que Steve Jobs popularizou o mp3 player então ninguém quer mais o silêncio em suas vidas. Alguns argumentariam: Como valorizar o silêncio sendo a música e a fala coisas tão magníficas e exclusivas do ser humano?Para esses respondo com outra pergunta: Não seria a fala e a música nada mais do que uma sequência de silêncios? Existem vários tipos de silêncio, podendo significar indiferença, cumplicidade, tristeza e felicidade também! Queria dar um nome para aquele silêncio constrangedor quando iniciamos uma conversa com alguém e de repente o assunto acaba, mas ainda não encontrei um nome adequado. Vale lembrar que a audição é o primeiro sentido que nos coloca em contato com o mundo exterior. As gestantes devem ter cuidado com o que dizem para seu bebê e com o que ouvem também. Concordo com o Sr. Alguém quando diz que "o silêncio é a morada da razão", o que não implica ausência de emoção. Deve ser por isso que nesse mundo moderno a razão está ausente muitas vezes. Existem situações que o silêncio é mais forte do que qualquer palavra. Diante disso, ouça o silêncio, talvez assim seja mais fácil entender o mundo e as pessoas...

Angústia natalina...


Dia desses estava andando no shopping e eis que ela está lá.Quando chego na portaria do prédio, ela também está lá. Ela é a decoração de natal! Sempre quando as decorações de natal começam a surgir me sinto angustiado. Começo a pensar no ano que está acabando e se realmente soube aproveitá-lo. Não gosto muito do natal. Na minha infância, ajudava a minha mãe enfeitar a árvore e ficava ansioso para chegar o dia e poder ganhar presentes. O espírito natalino existia para mim. Hoje em dia, me pergunto por onde ele anda. No natal, geralmente passo com minha família como de costume e em respeito à eles. Meus motivos para não gostar da data festiva é o fato de acreditar que se trata de uma época em que as pessoas se vêem quase que obrigadas a desejarem coisas felizes para todos. Acho uma data em que reina a superficialidade dos sentimentos sem profundidade e muitas vezes falsos e pela perda do significado original da data(acreditando nele ou não). O ano novo é melhor, pois na virada do ano, todas as pessoas pensam algo a respeito do futuro que se aproxima. É praticamente impossível ser indiferente e falso com suas próprias expectativas durante o reveillon. Acreditei em papai noel até meus 4 anos. Acho que depois disso meu espírito natalino foi se apagando. Hoje o natal para mim é mais angústia do que comemoração (detalhe:no dia 25 essa angústia já passou, sinto angústia é agora quando começam a surgir as decorações natalinas). Talvez eu volte a gostar do natal se o bom velhinho surgir novamente. Numa época em que bananas invadem a praia e pedem a um senhor de 77 anos a identidade para poder comprar cerveja, é bem capaz que o espírito natalino retorne junto com seu mais famoso personagem. Talvez ele já até esteja por ai, só tomando uma cerveja esperando pelo dia 25 de dezembro...

domingo, 4 de novembro de 2007

Achados e perdidos...


Uma borracha, um brinco, um chip de celular. Já perdi algumas coisas durante minha trajetória errante. Porém, acredito naqueles que dizem "quem procura acha". Queria saber para onde vão as borrachas que nunca terminei, as tampas de caneta bic e os milhares de guarda-chuvas perdidos diariamente. Lembro que certa vez, há muito tempo aqui no Rio, estava passando férias e eis que me encontrava num ônibus. O que me chamou a atenção foi um velhinho, sentado na primeira cadeira. Ele simplesmente esqueceu a bengala com que se apoiava para andar! Esquecer! Dia desses me perguntava se alguém é capaz de esquecer voluntariamente uma lembrança. Um hermano disse certa vez que "o esforço pra lembrar é a vontade de esquecer". Verdade ou não, valorizo as minhas memórias, pois são elas que me lembram quem sou e quem não sou. Memórias, assim como fotografias, são tentativas de se eternizar um momento. O que você fez/pensou se eterniza quer você se lembre quer não. O fato concreto, ocorreu, e você ser incapaz de lembrá-lo não quer dizer que ele não tenha ocorrido. Aquele que não consegue se lembrar quem é, muito provavelmente, precisará de muletas para percorrer a longa estrada da vida. Memórias são como estrelas, elas podem até já terem se apagado, mas sua luz continuará percorrendo o universo para todo sempre, tornando o seu brilho eterno! Muitas vezes, o que alguém perde é achado por outra pessoa. Assim é a vida, uma eterna busca em que desejamos encontrar quem somos. Infelizmente nessa busca, às vezes, perdemos, mas outras vezes também achamos, coisas, pessoas, vida...