domingo, 30 de dezembro de 2007

Enfim o fim...




Sobrevivi. Sobrevivi ao natal, à comida e bebida fartas, às músicas natalinas, ao shopping cheio. Sobrevivi a 2007. O ano acabou. Nessas horas as pessoas começam a pensar no que fizeram durante o ano(coisas que elas deveriam fazer sempre). Época dos famosos balanços e resoluções de ano novo. Já disse que prefiro reveillon à natal. Não sou supersticioso. Não pulo ondas no mar nem como lentilhas. Também não acredito que vestir branco vá trazer paz ou vermelho traga amor. Começo entrar em contagem regressiva para o fim de ano desde meados de junho. Quem convive comigo sabe que começo a dizer que se findou o ano muito antes de dezembro chegar. Gosto do reveillon pela experiência coletiva vivida durante a noite do dia 31. É praticamente impossível ser indiferente nessa noite. Corações se enchem de esperança. Pessoas especiais são lembradas. Momentos são recordados e a saudade ou arrependimento tomam conta da gente. Os fogos explodem no céu e dentro de nós emoções explodem junto com essa reflexão sazonal. O único costume que tenho na noite da virada é o de olhar o céu minutos antes do novo ano chegar. Não importa se onde estou haverá queima de fogos ou o céu esteja nublado. Olho para as estrelas. Na tentativa de prever o que está por vir. Olhar para as estrelas é olhar o passado, pois como se sabe, muitas delas podem até nem existir mais, mas ainda brilham. Gosto de inverter o pensamento nessa hora. É possível que alguém esteja olhando para o céu num lugar bem distante de nós. E também se perguntar se aquele brilho vem de uma estrela que ainda está viva ou não. Mas tento prever é se alguma estrela vai surgir no céu (afinal estrelas também nascem). Será que ao nascer serei capaz de notá-la? Após a meia-noite, olho o relógio e vejo: 00:00. A data diz: 01/01. Penso "tudo começou". Não importa como vai acabar, importa é começar. Afinal muitas de nossas ações nós não veremos os resultados. Assim como muitas estrelas nós nunca notamos. Irônico é fazermos uma contagem regressiva para algo que vai começar, pois deveríamos estar progredindo e não regredindo. O meu relógio não anda para trás!!! Contagem regressiva: 4,3,2,1. Feliz Ano Novo! Agora é hora de fazer a estrela brilhar e realizar sonhos. E que esses sejam incontáveis, assim como as estrelas. Tenham um bom 2008...

domingo, 23 de dezembro de 2007

A Revolta dos Chesters - Parte I


Cócóro cócó! Mais um dia é anunciado por uma bola amarela que surge no horizonte do sítio do velho Mário. Um cheirinho de café fresco exalava no ar se misturando com o da Dama da Noite. O inesperado se fez presente, e, no horário reservado pra refeição matinal aviária, Seu Mário leva um susto. "Óh não! Cadê us frangu?". Segundo o caseiro, na madrugada antecedente a catastrofe, viu um carro suspeito com placa da cidade mais próxima passar pela estrada de terra que cortava o sítio. O detetive Eurípedes Lopes tomou a frente do caso e foi buscar informações no tal lugar que denunciava a placa do automóvel.
Na cidade grande, o dia também começara. A grande estrela solar brilhava em meio a nuvens baixas e prédios altíssimos que cortavam a selva de pedras. Ninguém obtera a vista solar, mas com o céu mais negro que fosse, a gente sabe que o sol continua a iluminar em algum lugar. E, com certeza, esse lugar não era o supermercado. Eurípedes esperava encontrar lá alguma pista, pois era natal e não há época mais propícia para se comprar aves do que esta. Cinquenta e quatro passos desde a entrada até a sessão de congelados e um equívoco esbarra em seus planos: "Cadê as aves?".
O caos estava instalado. Como existirá natal sem chester? Ceia sem chester? Ano novo sem chester? A economia do país estava prestes a um colapso, quem sabe até ao neo crack da bolsa! Todos os frangos e derivados saíram ás ruas, carregavam faixas escritas: "Agora, se virem sem nós. Queremos que escutem nossa voz!". O barulho era ensurdecedor. A Polícia Militar estima a presença de quase meio milhão de aves. Mas, se você considerar a quantidade de uma ave para cada cinco brasileiros, em média, chegaremos ao inacreditável número de 36 milhões de frangos, chesters e perus. O líder do sindicato das Aves Livres pra Voar (ALV) justificou a falta dos demais membros por justa causa, até porque os dito cujos deveriam estar cumprindo um destino qualquer traçado por uma dona de casa. A repórter do Jornal Três Pontos fez a seguinte entrevista:
"Quais são as causas defendidas pelo AVL?
Nós estamos nessa luta há décadas. Todo fim de ano é a mesma história, nos congelam em freezer a -3º e, o companheiro que não for recrutado para um lar (ou sabe-se lá o que), será obrigado a virar água esperando ser comprado por um preço muito mais abaixo do valor real no mês de janeiro.
Então vocês não se preocupam com a morte de entes queridos, e sim com o valor que vocês tem perante o comércio. Certo?
Claro, minha filha. Morrer todos nós vamos, mas enquanto vivermos pelo menos que seja por valor real, conveniente e justo, não é verdade?"
A manifestação ainda está por toda parte. O Governo ainda estuda propostas para um acordo pacífico, pois da última vez que a espécie aviária se rebelou, desenvolveram uma gripe mortal aos humanos. Por enquanto, se você comprar uma ave de fim de ano estará financiando a circulação do mercado negro aviário, então, não faça isso caro leitor. Do contrário, você NÃO terá um feliz natal. Muito menos um feliz ano novo...

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Música e transitoriedade...


O novo cd do "Rei" Roberto Carlos não vai sair neste fim de ano! Não sou fã do "Rei", mas assim como ele, sempre termino de gravar um cd no final de ano. Após terminar o "Guiga Mix 2007" fiquei pensando em como as músicas contribuem para a formação de nossa identidade e a capacidade delas de nos fazerem lembrar de épocas e pessoas em nossas vidas. Pense em como o seu gosto musical mudou ao longo dos anos. Passam-se os anos e algumas músicas tomam significados diferentes para nós, outras perdem valor. Nos "alimentamos" de algumas músicas por algum tempo, mas depois nos "saciamos"delas. Dias atrás tive a oportunidade de assistir um antigo show do Los Hermanos, da época do lançamento do "Bloco do Eu Sozinho". Fiquei pensando em como eles mudaram fisica e musicalmente (na época o Amarante nem tinha barba). Alguns críticos e público não gostam quando algum grupo muda o seu estilo musical. Acredito que desejar que grupos musicais continuem tocando sempre da mesma forma equivale a desejar que as pessoas continuem sendo as mesmas. Não devemos esquecer também que existem poucas músicas, assim como poucas pessoas, que sempre possuirão um siginificado para você. Essas pessoas/músicas nos ajudam a encontrarmos a nossa "essência", o que nos define. Entender a transitoriedade das coisas nos ajuda a entender o mundo. Não se engane com a volta das Spice Girls, BSB e Led Zepellin. Essas bandas vão deixar de existir assim como o Los Hermanos e um dia (acreditem se quiser) os Rolling Stones. Pessoas especiais, inclusive nós, deixarão de existir também. Um dia não exisitirá nem o "Eu" nem o "Bloco". Mas nossas músicas ainda continuarão tocando por aí...

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Coisas estranhas II...


Gatos que brilham no escuro!!!!...

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Relato sobre coisas estranhas...



A terra tremeu!! Estava durante esse tempo pensando sobre o que iria postar e eis que surge a notícia da primeira vítima de um terremoto no Brasil, em Itacarambi - MG(190 km de Montes Claros). Estranho falar de terremoto no Brasil. Hoje estou sem inspiração para fazer metáforas sobre a vida e etcs. Mas diante do fato extraordinário, senti necessidade de relatar sobre algumas coisas estranhas (talvez a melhor palavra seria improváveis). Enfim, como Carlos Heitor Cony disse em crônica publicada na Folha de S. Paulo de hoje "(...)em Minas, onde sempre acontecem coisas".Não sei se são as serras, a altitude, o clima, mas é fato que coisas estranhas acontecem, principalmente em Minas Gerais. Além de chupa-cabras e ET de Varginha vou contar sobre coisas que vivi ou que estão mais relacionadas à minha trajetória. Em Montes Claros (foto acima), cidade onde vivi por muitos anos, aconteceram fatos curiosos. Recentemente, uma mulher levou 6 tiros na cabeça e não morreu. Houve também uma "tentativa de invenção" de uma nota de 3 reais (acho isso é tão estranho quanto rídiculo)que foi descoberta quando o grande inventor tentou comprar algo com a sua "obra de arte". Descobri agora pouco que, em 2001, durante um vôo da TAM, nos céus de M. Claros, uma janela da aeronave quebrou e uma passageira foi sugada para fora. Com certeza devem existir outros fatos bizarros ocorridos na capital do pequi. Sei de alguns outros, mas desconfio de suas veracidades. O que me fez lembrar dessas ocorrências foi que tremores não são novidades para quem já viveu por lá.Acredito que devia ser por volta do verão de 1997, estávamos jogando futebol, eu, meu irmão e um amigo nosso quando a terra tremeu!! Ainda lembro de chegar na escola durante o outro dia e ouvir meus coleguinhas dizendo "você viu o terremoto ontem?". Talvez seja o excesso de calcário na água distribuída em Montes Claros a causa para esses fatos? Não sei. Acho que a vida muitas vezes é estranha, independente do lugar onde você viva. Coisas estranhas acontecem. Estranho é você se acostumar a elas e achar que a vida e todos os seres humanos são normais...
P.S.: Daqui a alguns dias voltarei à Montes Claros. Se mais coisas estranhas continuarem acontecendo, voltarei a escrever sobre elas....

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Vapt Vupt!




O ano acabou! - Tá, ainda não acabou, mas é que todo mundo vêm falando isso desde outubro. Talvez "Vapt Vupt" não seja a melhor onomatopéia para expressar rapidez, já que si própria tranca nossa língua e desacelera nossa dicção. Talvez eu devesse ter usado o "inhéééééu!" dos carros de F1.

De que eu falava mesmo? Ah é! Pois bem. A vinheta globística de fim de ano está no ar e, segundo Sr. Alguém, quando esta começa a entrar em nossa casa em meados de dezembro, considere falecido o ano em que está vivendo. É nessa época que os piscas-piscas (ou pisca-piscas, escolha o menos feio, ambos estão certos) das praças são roubados, crianças catarrentas escutam mentirinhas natalinas de um 'bom' velhinho e, nesse clima também, é que a Ponte do Rio Que Cai fica iluminada por luzinhas de neôn em formato de panetone. Aparecem umas simpatias pra se ganhar dinheiro, arranjar um bom casamento, perder 8Kg, restituir as calotas polares e o Parque Nacional da Pedra Dura - Aquele que ficou sendo invadido por água mole durante anos e anos.

A questão é: Por que esperar o dia 31 de dezembro para fazer planos? O último dia do mês nada mais é do que aquele em que acontece a São Silvestre, durante as mesmas 24 horas em que o palhaço Arrelia nasceu e que o químico e físico Boyle morreu (o cara dos gases). Salvo estes fatos, é um dia como outro qualquer. É nesta data que se faz a única contagem regressiva para um momento que não é o final. Você não precisa estar vestido de branco e muito menos saber contar até 0. Todo dia é dia, então por que esperar se podemos começar tudo de novo agora mesmo? A vida é uma festa e ela tá cheia de penetras. Mas hoje, hoje a festa é sua, hoje a festa é nossa, é de quem quiser, de quem vier...

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Pensamentos sobre a vida e a arte...


"A arte é a contemplação: é prazer do espírito que penetra a natureza e descobre que ela também tem uma alma. É a missão mais sublime do homem, pois é o exercício do pensamento que busca compreender o universo, e fazer com que os outros o compreendam."
Auguste Rodin

Manhã de primavera. Na rua, as pessoas andam, os carros fazem barulho. Meu celular me desperta. Abro os olhos, e não penso "mais um dia para se viver". As horas se esvaem ao decorrer do dia. Eis que surge em minha cabeça uma pergunta outrora indagada: A vida imita a arte ou a arte imita a vida? É fato que os filmes que assisti, as músicas que ouvi, os livros que li, me influenciaram e ainda me influenciam. Mas os roteiristas, músicos e escritores também não foram influenciados? Mosaico. Como pode pequenas peças como cacos de vidro formarem algo tão belo? Um caco de vidro sozinho não apresenta beleza nem grande significado. Entretanto, quando organizados sob a perspectiva de um artista, aquilo se torna arte. As cores para o pintor, as notas musicais para o músico, as palavras para o escritor. Todos são cacos e mosaicos. Acho que a melhor resposta para a pergunta inicial seria: Não existe arte imitando vida ou vice-versa, pois a vida em si é uma arte! Cabe a nós sermos artistas e escolher as cores que iremos pintar nesse quadro chamado vida. Infelizmente, a maioria das pessoas não escolhe as cores que vão usar e simplesmente despejam as cores aleatoriamente sobre o quadro. Já dizia Oscar Wilde: "Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe." Pessoas são como os cacos do mosaico. Portanto, seja um artista e viva! Construa um belo mosaico...