quarta-feira, 18 de junho de 2008

Casas e confissões...


Não sou sem-teto, mas não tenho casa. Me refiro à casa como sendo aquele lugar onde você se sente à vontade, seguro. Sempre fui um cigano urbano. Sempre estou mudando de lugar. Ficar em "casa" me deixa muitas vezes à beira de um ataque. Não costumo criar raízes nem vínculos com algum lugar. Entretanto, quando isso ocorre, acontece com bastante intensidade. Tenho a sensação de sempre estar caminhando ao desconhecido. Mas semre caminhando. Na estrada da minha vida, no máximo, encontro hotéis,pousadas, motéis e etcs. Quase sempre sou hóspede, poucas vezes anfitrião. Nunca encontrei uma casa. Não consigo responder com razoável grau de certeza onde estarei nos próximos anos. Acredito que essa propensão ao nomadismo me tornou uma pessoa forte, uma vez que tive que procurar segurança e estabilidade em mim mesmo. Em contrapartida, por essa razão, posso ter me tornado exigente em criar vínculos. Acho que me preocupei tanto em me proteger psicologicamente que dispenso meios físicos de proteção. Em 20 anos, foram algumas "casas", nenhum lar. A idéia de que estar no lugar onde se queira estar possa siginificar felicidade me atrai. Acredito que por isso estou sempre me movendo, como nômade. Enfim, acho que quero deixar de ser hóspede e me tornar um anfitrião. Talvez um dia eu encontre uma casa. Vou ler os classifcados...

terça-feira, 3 de junho de 2008

O Sentido do Caos...

A banca sempre vence, diz o ditado. Não moro em Las Vegas, mas os cassinos me lembram sobre a aleatoriedade e como a vida é imprevisível. É incrível a tendência do ser humano em simplicficar a vida. Basta observar a ciência para notar essa necessidade reducionista. A maior parte do que aprendemos na escola, só é válido para sistemas simples, fechados, onde as variáveis são fixas e existem em pequeno número. Acredito que a vida é mais complexa e caótica. Às vezes, fico imaginando as cerca de 6 bilhões de pessoas que vivem no globo como pequenos pontos. "Olhando de cima" aqueles pontinhos se movendo dá para notar como eles se movem. Alguns mais, outros menos. Alguns vivem se cruzando. Já outros pontos, nunca se cruzaram e nem se cruzarão, porém se influenciam de maneira surpreendente. Eu nunca cruzei com Jesus Cristo, Osama bin Laden ou o Bono Vox, mas eles me influenciaram ou influenciam de certa forma a maneira como a minha vida se encontra. Você consegue imaginar a propabilidade da gente se encontrar em algum instante de nossas vidas? Considerando que cada um de nós somos apenas um pontinho no meio de 6 bilhões e que cada um viva alguns bilhões de segundos, eu não apostaria nisso. Porém, você está lendo esse texto, de alguma forma a banca perdeu dessa vez. A Teoria do Caos considera e estuda esses sistemas complexos e caóticos. Mais do que a crença difundida do efeito borboleta, a teoria diz como as interações entre as variáveis produzem resultados aleatórios e imprevisíveis. Os resultados matemáticos contidos nessa teoria formam, graficamente, um fractal com formato de borboleta. Não acho a vida simples não. Ela é um emaranhado complexo de interações cujo os impactos de nossas decisões ecoam pelo tempo. Se minha vida fosse um cassino, com certeza, a banca iria perder. Me pergunto o porquê de estarmos vivos, vivendo dessa maneira e o motivo das outras infinitas possibilidades não terem se concretizado. Por que não sou o que poderia ter sido? A reposta talvez seja pela mesma razão que uma lagarta se tranforma em borboleta...