terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Gotas do céu...

A água caiu do céu cai como as flores que outrora não haviam desabrochado. O vento sussurrava o que havia por vir. Fim de verão. Tempestade à vista. Eu caminhava pela rua. Caminhava com a displicência de uma criança. Não havia percebido a chuva que iria se formar. De repente, milhares de gotas começam a cair do céu. O barulho produzido por elas enquanto caíam naqueles telhados de amianto anunciavam a força das águas. Refugiei-me debaixo de uma marquise. Não havia percebido que o tempo passa rápido. Tenho a impressão de que tudo que é bom passa rápido. A chuva passa. O sol volta a brilhar. Mas tenho a impressão de que ele já brilhara muitas vezes desde aquela chuva. Um garoto caminha pela rua. Olho ao redor, os muros das casas parecem pequenos. O tempo passa e o mundo vai encolhendo. Não preciso de previsão do tempo. Quando olho para o céu, percebo quando ela virá. E espero. Espero as gotas escorrerem pela minha face e lavarem minha alma. Assim um dia, como a chuva que um dia caiu do céu espero retornar para onde chuva conviva com o sol e a escuridão com a luz. Onde não existam muros nem o tempo...