
... Eu subo no ônibus de volta do colégio. Ao passar na roleta, meu chaveiro de bola 7 nada leve vai de encontro à catraca. O ‘motô’ pensa que o trocador bateu moeda pro busão parar, dá uma freada e geral vai ai delírio: "- Motorista fdp!". A essa altura a forofa pro churrasco entre família, da dona que carregava 58 bolsas de supermercado, já tinha virado farinha. O office boy, com sua pastinha de contas a pagar, olhava pra mim. Tadinho dele, que teria de enfrentar fila de banco numa segunda-feira.
Filas. Coisas momentâneas acontecem nelas. Um olhar, um passo, um toque. "- Ei, desocupou aquele caixa ali!". Seu dinheiro voa, mas você não pode sair dali. "- Vai perder seu lugar...". Se correr a fila anda e se ficar o dinheiro falta. "- Próximo!".
Pois bem, isso não vem ao caso. Sempre tem um ponto de ônibus onde a maioria dos passageiros desce. Não, não é o meu. Mas lá é onde vendem um hot-dog com uvas-passas – até hoje não entendo o prazer dessa mistura. Do lado dessa lanchonete mora um anão albino, aliás, morava. Faleceu há dois dias atrás e não houve velório porque anões viram duendes. E o que a foto de uma vaca tem haver com isso? A vaca não pega ônibus...