"Turururu, turururu, tutututu-rúúúú. Turururu, turururu, tutututu-rúúúú. Alô!? É pra você..." Samba-canções de plantão, não há mulher no mundo que resista a essa cantada a la comercial coca-colano. Quero dizer, exceção para aquelas que prefiram refrigerante de guaraná à Coca, por acreditar ser ser este o temível vilão causador de leituras corporais em braile -vulgo celulite- e, aquele, ser inofencível pelo motivo de ser uma fruta bonitinha encontrada no sexto dos infernos das selvas equatoriais brasileiras. Bem, "ingnorâncias" a parte, o tal do líquido preto de cafeína, extrato de noz de cola, corante caramelo IV, acidulante INS 338 e etcéteras desconhecidas, porém saborosas, merece um espaço exclusivo nesse antro de ideologias nonseses, sofísmas e irrelevantismos de um nexo desconvexo, uma vez que não caberia nos meus dedos dos pés e das mãos a quantidade de vezes nas quais ela esteve presente. Seja na escola ou no bar, na rua ou na casa, no ócio ou na agitação, não importa! Lá estava ela, exibindo sua cor negra e escorrendo água a fora do copo, colocando em evidência sua temperatura ideal.
Aposto uma Coca com você que são vendidas, por dia, 40.000 latinhas por segundo nos EUA da marca mais conhecida e vendida do mundo. Tá certo, eu ganhei a aposta. Mas não tem problema, vamos até ali na sala vip da Cidade do Aço na rodoviária de Volta Redonda que você compra uma latinha por R$1,00! (Ps.: e é da boa, é de máquina de refrigerante!) Máquinas de refrigerantes... essas sim são um perigo! Em média, 17 pessoas morrem ao ano por culpa delas. O motivo? Soterramento, esmagamento, amassamento, diminuição estrutural significativa, mortadela humana. Sem falar da Califórnia, onde já quiseram vender maconha medicinal nas mesmas máquinas. Pensa bem, além de esfarelado, o cara ia ter overdose! Loucura, loucura, loucura.
"Tsssss... Aaaaah!". Onomatopéia óbvia, Joãozinho (o mesmo das piadas) abriu uma latinha, deu um gole prolongado a medida de sua taradeza de sede soltou aquele "Aaaaah!" de satisfação -por motivos de forças gramaticais maiores, eu não soube descrever gases soltos pelo nariz.
A idéia ilusória de "Tomo Coca Zero, logo sou saudável e natural" poderia ser levada a contextos sociais mais aprofundados e, convenhamos, realmente que mereça espaço na mídia, seja ela formal ou não. Há não muito tempo atrás, um carinha-poeta-cantor idealizou, ou melhor, 'tentou' incentivo àqueles que se viam escravos de algo. O tempo passou e uns bons milhões sofreram calados. O motivo? Ops! motivos, no plural, não faltavam. Hoje, já somos os netos e não os filhos da revolução, proletariado sem religião e sem deus que queria nos salvar, sem nação nem noção. Geração Coca-Cola Zero! Palavras de alguém que um dia já quis mudar o mundo, mas hoje preferiu tomar um suco de laranja com gelo e açúcar...