sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Retrato de um passado...

Acordou mais uma vez sem saber o que estava por vir, assim como o sol não sabe o que vai iluminar. Era primavera, a temperatura matinal era agradável. Tinha sido acordado pelo aparelho de som que fora programado para ligar às 6:17. Durante a noite, ele sonhava. Mas após acordar, não se lembrava de nenhum sonho, assim como não se lembrava de quantas vezes já tomara aquele achocolatado antes de ir para o colégio. Tinha 16 anos. Mal sabia como um dia sentiria falta daqueles tempos. Tempos em que se preocupava somente em se sair bem na escola e se sair bem com as garotas. Garotas essas que sempre lhe tomavam alguns minutos em meio às suas reflexões diárias. Ia caminhando para o colégio todos os dias. Sob a brisa da manhã, observava as pessoas nas ruas, em direção à escolas, lojas, destinos. Tinha curiosidade em saber se aquelas pessoas ao final do dia teriam suas vidas mudadas. Seriam elas as mesmas pessoas quando forem encostar suas cabeças no travesseiro? Durante as aulas, amizades eram consolidadas, relacionamentos eram iniciados, fatos ocorriam. Fato, que na noite anterior havia beijado os lábios de uma garota. Toca o sinal, fim de aula. Começou a fazer o caminho de volta para casa. Na cozinha seu prato de almoço o esperava. Naquele mesmo dia voltou ao colégio durante a tarde. Voltou a encontrar a garota na qual havia provado o néctar antes do sol nascer. Possuia lindos cabelos negros e lisos. Sua energia irradiava pelos seus olhos. Naquele dia passearam durante o cair da tarde. Sentados num banco de praça, percebeu a responsabilidade que existe quando alguém se enamora por outro. Queria ter o olhar apaixonado que o olhava, mas não o tinha. Outras vezes teria aquele mesmo olhar apaixonado, mas quem o olhava não o possuiria. A noite chegou, trazendo consigo o sono. É como Alguém diz, Morfeu é bastante persuasivo. Seus olhos se fecham, mas se abrem para enxergar os sonhos condenados ao esquecimento.
Acordou mais uma vez sem saber o que estava por vir. Olhou seu rosto no espelho, não sabia se era mais o mesmo. Não sabia também porque acordou com a lembrança daquele dia de primavera aos 16 anos. Começou a escrever sobre aquela memória. Colocando palavras no papel, descobriu o porquê da recordação de tempos longínquos:tinha se lembrado de um sonho já esquecido...

4 comentários:

Unknown disse...

Mudou um pouco o estilo, né. Mais narração, menos divagação. Mudança aprovada.
Final surprendente, especialmente considerando o meio um pouco ingênuo demais.No final: esbocei um sorrisinho. Um rato para a conzinha, meu irmão para a literatura.

Anônimo disse...

eu acho que, a narração em si, é/foi um sonho

gostei, deixa a gnt com o poder de escolha, de interpretar como nos covém (:

Anônimo disse...

difícil é distinguir entre o que é sonho e o qe é realidade!!

Sonhos e um pouco de delirio cotidiano disse...

Nossa!.
Simplesmente : FODA!.
Tinha passagens na história que transceviam-me de forma perfeita.
Já me perguntei diversas vezes se as pessoas quando chegassem ao seus lares e deitassem continuaram sendo as mesmas , se eu continuaria sendo a mesma , se no dia seguinte haveria alguma trasnformação na minha vida!.
Me deixou pensando em várias coisas aqui . . . sonho /realidade . . . de uma certa forma os dois caminham juntos!.
To te add nos meus favoritos , adorei seus escritos . . . vo dar uma lida nos outros mais tarde!.
Quando puder dá uma passada lá no meu blog e comenta o que acho dos meus escritos!.
Ah , a proposito , escreves extremamente bem!.
Beijão!.
=)