Na minha terra tem caieiras onde nascem Jatobás. As coisas que aqui sucedem, não acontecem como lá. 621 milhas de asfalto se fizeram concreto, uma curva feita no anel rodoviário sul e eis que surge o lugar. Odiado por muitos, lembrado com desprezo por alguns, querido por poucos, encantador por mim. Tem gente que, de súbito, acorda com vontade de ir ao banheiro, vontade de comer, vontade de beber. Mas hoje não, hoje eu acordei com vontade de escrever.
Histórias de um fascinante verão. Fatos seriam censurados, se publicados. Como numa quarta-feira, duas cangaceiras revolucionárias partiram em uma aventura com outros loucos. O cachorro latia, os espíritos chegaram. Óh não! O sol é um ovni! --(trecho censurado por motivos de força maior)-- Uma dessas foi tentar a vida na cidade grande. E a outra, há quem diga que virou nômade por vontade, alguns tribuem á ela o adjetivo "hippie". Estórias que o povo conta...
Havia algo de estranho no ar. Era uma magia antes camuflada naquele céu sempre exibido por formas singulares e inéditas, sem reprises. Os risos floresciam como a chuva de panfletos das franjas do mar de Ipanema num vespertino sábado veraneio.
Cabelos negros mesmo que iluminados pelos raios do sol voavam contra o vento projetado pela cavalgada rumo ao Reino das Nuvens. Por que raios usar capacete em Montes Claros se os muitos buracos vem de baixo? A missão de levar o bolo escaldante em vermelho de contentamento foi um sucesso. A Esquilo Real teve suas bodas de rosas comemoradas a altura de sua importância para a Trupe das Cabritas. O eixo de encontro não-residencial era o mesmo lugar onde se abastecem as carruagens, que poucos passos dali sempre havia um banquete onde não só bola rola, mas também podia ser completo, com bacon ou na grelha.
Aqui tem escada rolante, tem meio-passe, tem chuva de verão, tem mar. A gente entra pela saída do ônibus... Lá tem é elevador, tem vale-transporte, tem verão, tem rio. A gente entra pela entrada e sai pela saída. Mas quando desce, 622 milhas: Bem-vindo a cidade grande...