sábado, 5 de janeiro de 2008

A Revolta dos Chesters - Parte II


"(...) E todos nossos sonhos serão sonhos, o futuro já passou". Estas foram as últimas palavras do líder do sindicato AVL, instantes antecedentes de ser requentado um dia depois do reveillon. Sua carne pálida cheia de rancor fora artificialmente dourada para o almoço. O pior já tinha passado. Na noite da virada, todos reclamavam como aquele chester estava anêmico. Ele vinha fazendo greve de fome em frente a prefeitura, se negando a comer quaisquer grão de milho que fosse até que o Governo os livrassem do mais triste destino aviário. Os engravatados do poder não torceram seus braços. A queda de preço foi inevitável e não sobrou nenhum chester pra contar a história de uma bem sucedida revolta dos voadores. Na mesa do almoço, o tio cachaceiro estava de ressaca, assim como a adolescente rebelde. O cachorro mal conseguia encontrar seu pote da ração, de tão embreagado que estava. Malditas crianças catarrentas que fizeram isso com o pobre Bob, Snoop, Bettoven, Paquita, Totó ou qualquer nome canino que atendia. O primeiro dia do ano deveria ser conhecido como Dia da Ressaca Universal, não como a data da Confraternização Universal. Quando eu dizia, na supervisão do meu antigo colégio, que o sistema era errôneo...
A Dona da casa (ou cativeiro) vestia seu melhor vestido estampado de flores fluorescentes, acompanhado de rolinhos na cabeça à la Dona Florinda. Reclamava com o marido das contas que deviam vir a pagar, dos impostos. Ele, replicando com o jornal nas mãos, dizia não haver problema pois a CPMF morreu junto com o espírito natalino, mas este foi morto pelo Ghostbusters e aquele, pela esperança de menos prejuízos bancarios (será?! o IOF já aumentou...). O primo do interior que viera para passar as férias perambulando nos shoppings e afins estava deitado no sofá, na frente da tevê. É a típica preguiça pré-ano letivo, que chega dar um cansaço só de pensar em tudo que meus olhos virão e em tudo que vou esquecer. Na TV ligada, em volume relativamente insuportável a sensibilidade do tímpano, já soava a musiquinha carnavalesca global - pergunta: será que os momentos do ano poderiam ser divididos por vinhetas? "Na tela da tevê" - "Ter um amigo, a gente precisa de amigo" - "Hoje a festa é sua"... feliz 2009!! Talvez...
Aqui jaz a mais curiosa e excepcional manifestação jamais vista antes nesse mundinho de 5ª. Não foi em vão. Àqueles que se sacrificaram, deixo minha sincera comoção. E aos colaboradores de tais atrocidades para com seres alados, deixo uma promessa de vingança. Talvez a Fênix não seja apenas uma ave que resplandesce das chamas, talvez ela esteja entre nós, talvez ela já esteve e até foi cozinhada á molho madeira e requentada no Dia da Ressaca Universal. Mas ela renasce, e já foi vista nos céus do Jardim do Éden. Se eu fosse o Roberto Marinho reforçava a segurança anti-chamas da Globo, porque espisódios como o pseudo-incêndio do Planeta Xuxa podem se repitir. Querem saber quais foram as últimas palavras evocadas pela Fênix? "A gente vai se ver na Globo. Lá vou eu!"...

2 comentários:

Guilherme D. Morais disse...

assim como o chester é dividido em coxa,peito,asas, o ano pode ser divido em vinhetas globais...
e pode ser requentado com vinhetas assim como o chester, pois ainda estava passando a vinheta de ano novo em 2008...
ou seja, chester e você:tudo a ver...

Anônimo disse...

gostei do texto!
será 2008 o ano da volta da Fênix?!

o.0'