sexta-feira, 4 de abril de 2008

Pijama, eu escolho vocêêêê!


Chega uma hora na vida da gente que temos de escolher entre uma coisa ou outra. Hoje, escolhi o azul desbotado com babado branco nas bordas. Existem duas formas bem eficazes e práticas de se conhecer uma pessoa: como ela dorme e com o quê ela dorme. Salvo aqueles casos em que o pijama passa a criar vida própria se tornando uma extensão material de seu corpo, daí a necessidade de uma cama é tal que não o tira. Na minha terra, isto recebe o nome de tédio enfadonho introspectivo velocidade cinco.
O movimento de girar a chave, torcer a maçaneta e abrir a porta é, senão, o simbolismo mais formoso daquilo que chamamos de vida. Pergunta: passar em média ¹/3 da vida dormindo é uma atitude inteligente? Ah, eu voto em que comecemos a hibernar lá pelos 60 anos de idade... Gosto da rua em seu sentido usual de "lá fora", do ninguém coletivo que no fim das contas é o mais belo atrativo, de deitar junto á colchas e cobertas e me falar daquilo que vi. Pesquisas recentes mostram que adultos que brincaram na rua quando crianças tem 83% de chances a mais de serem bem sucedidos do que aqueles que brincavam dentro de casa. Do ponto de vista biológico, as espécies tem a necessidade de interação com o meio.
Se tivesse de escolher algo dentre as minhas últimas horas de vida, escolheria um vale-transporte. Viajaria por horas no circular, imaginando lutinhas Power Rangers contra prédios comerciais, usaria um poste como espada e daria uma laçada com fio de alta-tensão no carinha do mal – claro, isso tudo só aconteceria se, no busão lotado, nenhum cara ‘cheiroso’ assentasse em frente a mim e abrisse a janela, transferindo assim todo o seu ‘perfume’ para meu nariz.
O tédio é diretamente proporcional à quantidade de tempo. Casa é tediosa, rotina é desgastante e o verbo acostumar na primeira pessoa do passado me amedronta. Mas não me preocupo, acomodação é característica geral da minha espécie. Passarei então, horas na frente de um objeto qualquer inanimado assistindo ao delicioso enfado de uma tarde de sexta-feira. Escreverei, pois, sobre devaneios de um tédio introspectivo velocidade seis. Mas dessa vez, escolherei o preto desbotado com desenho de ursinho no meio...

6 comentários:

Anônimo disse...

"e vc nem troca o pijama prefirindo estar na cama.
sentado no meu quarto o tempo voa
lá fora a vida passa e eu aqui a toa
eu já tentei de tuso mas não tenho remédio pra livrar-me desse tédio"

o ócio...
chega dar preguiça só de pensar em falar sobre ele. Mas enfim, antes as ruas em dia de chuva que minha casa num sábado a noite!

Adorei o texto!
;*

Anônimo disse...
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Guilherme D. Morais disse...

nunk tive pijama...
seu desejo antes d morrer é fácil d se realizar...
basta conseguir um riocard...
enfim, txt bacana...
=]

Anônimo disse...

o melhor é esse pijama de oncinha!!!

ótimo texto day!!!

bjoo

Anônimo disse...

Muito bom o texto!
Dinânimo, criativo e engraçado!
A foto é ÓTEMAAA.
Gostei de saber da vantagem de ser bem sucedido de quem bricou na rua.
Eu brinquei muito.
Parabéns e brigada pela visita ao meu blog.

Beeeijos!

Anônimo disse...

*Dinamico